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Arquitetura sustentável

O tema da sustentabilidade parece ter realmente entrado na “moda” dos arquitetos contemporâneos, vide a proliferação de projetos intitulados “verdes”. Mas será que todas estas obras são realmente sustentáveis, ou é apenas mais um rótulo determinado pela banalização comercial de um tema tão importante.
Toda obra de arquitetura, de uma forma ou de outra tem impactos sobre o meio ambiente do nosso planeta. Ao escolhermos materiais e processos construtivos, estamos elegendo ações que irão estabelecer conseqüências ao entorno construído, e estas conseqüências podem ser benéficas ou não.
Um edifício sustentável não é aquele que apenas capta água da chuva, ou utiliza aquecimento solar no sistema de água. A sustentabilidade deve ser tratada de forma mais profunda, abrangendo todas etapas da construção de um edifício, ou seja, deve ser uma decisão de projeto extremamente ampla.
Ao definir os revestimentos de determinado edifício, por exemplo, o arquiteto deveria conhecer de forma profunda cada material que está sendo empregado na obra. Estes elementos são geralmente extraídos da natureza, sofrendo transformações para se adequarem a determinada função. Isto gera gastos de energia e emissões associadas que muitas vezes são prejudiciais ao meio ambiente, sem contar no desconhecimento quanto a requisitos de manutenção, demolição e reciclagem do produto.

O que quero dizer com isso é que todas as decisões de projeto deveriam ser estabelecidas a partir de critérios globais, e não apenas visando a estética do artefato arquitetônico.
A questão da energia é, de todos os critérios que envolvem uma obra, uma das mais importantes para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A atual escassez dos recursos naturais do planeta faz com que este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar sua eficiência deve ser um dos principais objetivos do arquiteto.
Entretanto, um dos maiores problemas para que este tema tenha um avanço significativo, é a falsa impressão de que a adequação do desenho de um edifício à características que proporcionem uma melhor eficiência energética, geram um aumento significativo de custos de construção.
Pelo contrário, através de simples estratégias de projeto, é possível estabelecer um objeto volumetricamente simples e funcionalmente eficaz, onde a disposição dos espaços obedece a uma regra que visa fundamentalmente a utilização racional da energia natural.
Por mais lógico que possa parecer, um projeto de arquitetura deve resultar de ações que visem a manutenção e o reaproveitamento dos recursos naturais do planeta, auxiliando de forma contundente na construção de um ambiente que se sustente de forma plena.


Arquiteto Rafael Spindler
Gehrard+Spindler Arquitetura




Os retalhos da Vida
Por vezes vemos a nossa vida como um caminho à frente,  reto, longo e obscuro não sabendo o que esta por vir... mas ao olhar para trás ele está cheio de volta, colorido e com diversas marcar por onde passamos. Acredito nisso, ao percorremos pela vida fizemos a nossa própria historia. 
A partir das nossas memórias e das lembranças, elas nos auxiliam no processo de identidade pessoal, os valores e as representações vividas que compõem a vida. São as lembranças constroem e unem o sujeito ao passado. Como nos diz  Hausen “Ao resgatar a memória para que, ao relembrar, não precisem repetir, uma vez que quem esquece o passado está condenado a repetir seus erros”.
Para termos uma vida saudável devemos possuir sentimentos de segurança para viver a vida, criar valores e instaurar normas vitais frente aos nossos desejos, interesses, necessidades individuais e do seu meio social para sermos capazes de viver a vida com liberdade e criatividade.
      
Lages, diz: “O sujeito pode restabelecer uma relação saudável entre presente e passado, dependendo da motivação em parar e repensar sua vida”
A partir disso, por muitas vezes devemos repensar sobre a vida, o que já fizemos, o que queremos realizar e ate onde iremos. Por isso, comparo a vida com uma grande Colcha de Retalhos, ao exercitar esta reflexão, nos damos conta que por muitas vezes devemos reciclar, alinhavar, trocar e ate mesmo colocar novos retalhos para criar uma nova etapa em nossa vida. Isto envolve  as nossas amizades, o trabalho, os amores, os desejos e projetos que queremos ainda alcançar.

Isto é Fundamental... a vida! Por que paramos e encontramos um novo caminho, reprogramamos nossos projetos e criamos um novo recomeço para nossa vida.
Portanto devemos buscar o melhor para a vida, viver a cada dia com intensidade, realizando os nossos sonhos, os desejos, cultivando o bem, gerando gentileza e fazer com amor tudo o que realizamos. Pois somente assim entendo que possamos ser realmente felizes e realizados.
Portanto, não importam os anos que temos, mas o que fizemos para estes anos valerem a pena em nossa Vida.

Daniela Henkel Blauth
Psicóloga
                             
                 
Jardim de Alimentos

Uma das coisas que mais marcou minha infância foi morar em uma casa suburbana, com um pátio pequeno e bem aproveitado. No jardim havia sempre temperos e hortaliças variadas e quando chegava a época das frutas eu passava as tardes pendurado nas árvores escolhendo as mais maduras para comer. Eram frutas com gosto de fruta, bem diferentes das encontradas atualmente nos supermercados.

Hoje é raro ver nos jardins das casas árvores frutíferas ou canteiros com hortaliças, mesmo quando há espaço sobrando para plantá-las.


Versões antes e depois de um terreno suburbano.
ANTES: alta manutenção, baixa produção.
DEPOIS: baixa manutenção, alta produção. (Adaptado de um desenho de Robin Francis).



Aqueles pátios da minha infância que pareciam o “Jardim do Éden” cederam seu espaço para gramados com plantas exóticas, sem outra função a não ser estética ou então para grandes áreas concretadas, para facilitar a limpeza. Tornou-se símbolo de status apresentar um jardim bonito porém não-produtivo, assim os proprietários passam a idéia de que não precisam plantar para obter alimento, pois podem comprar o que precisam nas grandes redes de supermercados.

Se você é alguém que como eu acredita que o alimento cultivado em casa e de maneira orgânica é mais saudável e gostoso do que os cultivados com adubos químicos e agrotóxicos, saiba que é possível criar seu próprio jardim de alimentos em pequenos espaços, basta dedicar um pouquinho de seu tempo e criatividade.

Usando canteiros em forma de espirais e fechaduras, treliças, plantio em andares e consórcios de plantas é possível obter o máximo de aproveitamento dos espaços disponíveis. Fazer isso requer algum planejamento, mas é surpreendente quanta comida pode ser produzida nos beirais de janelas, em varandas, caminhos estreitos e pátios.
Pneus sobrepostos dão um ótimo canteiro elevado para ervas e hortaliças, pois além de práticos são mais ergonômicos. Pneus ou caixas de madeira também podem ser usados para plantar batata, doce ou comum. Você coloca um nível, preenche com terra ou composto e à medida que as batatas brotam e crescem vai colocando mais um pneu ou caixa sobreposto e completando com mais terra. Dessa forma, as batatas surgem da haste coberta e são apanhadas mais facilmente do que plantadas em solo duro. Quando o pé de batata florescer e cumprir seu ciclo é só desmanchar a pilha para colhê-las.

Diversas plantas comestíveis podem também crescer dentro das casas ou apartamentos em vasos, desde que em um local ensolarado (a maioria das plantas necessita em torno de 6 horas de sol por dia).

Para saber mais e visualizar algumas das técnicas descritas neste texto acesse a página Hortas e Canteiros do blog http://www.sitiocurupira.worpress.com/

Gardel dos Santos Silveira
Permacultor






Poderes curativos do cravo: mito ou realidade?

Em seu famoso livro, o Hagakure, uma compilação sobre os mais diversos aspectos da vida de um samurai, Yamamoto Tsunetomo (1659-1719) afirma:
“Se você amarrar alguns sacos de cravo a seu corpo, não será afetado pelas intempéries do tempo ou por resfriados. Alguns anos atrás, Nakano Kazuma retornou à sua província a cavalo, na função de mensageiro, no auge do inverno. Apesar de ser um homem idoso, não ficou doente. Dizem que foi graças ao uso do cravo.”
O texto do velho samurai não prima necessariamente pelo rigor científico. Entretanto, ao menos essa passagem, apesar de bastante exagerada, parece ter sido experimentada no dia a dia dos guerreiros do Japão feudal .
Os efeitos do cravo in natura, ou sob a forma de extratos ou infusões, são conhecidos desde a antiguidade.
Recentes estudos sugerem que uma importante parcela de seus efeitos é produzida por um de seus princípios ativos, o eugenol, o mais importante componente do óleo de cravo, que exibe respostas farmacológicas em quase todos os sistemas do corpo. O eugenol já foi caracterizado como tendo significativas propriedades antioxidantes, antibacterianas, antiinflamatórias e cardiovasculares, além de agir como analgésico e anestésico de ação local. Essa molécula tem sido mais recentemente testada como um facilitador de transporte através da pele, para medicamentos de uso tópico, sendo considerada uma candidata promissora para o desenvolvimento de novas drogas.

A ciência parece confirmar o que a sabedoria popular já conhecia séculos atrás, uma vez que diversas 
propriedades dessa planta, utilizadas por nossos ancestrais, já foram comprovadas em laboratório.

Contudo, cabe um alerta:
o fato de uma substância ser de origem natural não significa que ela seja automaticamente inofensiva sob qualquer condição de preparo ou dosagem. Assim como outros produtos fitoterápicos, o uso do cravo pode ser benéfico, desde que não haja exageros.

Gilson Luis da Cunha - Biólogo 
Doutor em Genética e Biologia Molecular