Para onde nos levará o TREM?



Era uma vez um Brasil, governado pela Coroa Portuguesa, que nos anos de 1824, por motivos econômicos, políticos e de segurança nacional, decide pela emigração européia, não-portuguesa. Além disso, o branqueamento da raça a formação do exército e da instituição informal da segurança nacional, a eliminação de indígenas e a valorização fundiária eram deveras importante.
Assim, com a vinda de alemães, estabeleceu-se a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, a Colônia Alemã de São Leopoldo. Logo após, seguiram para Nossa Senhora da Piedade de Hamburger-Berg, descrita em 1852, por Alexandre Klein como a chave da região colonial, uma cidade comercial em formação, com cerca de trinta casas, uma zona de belezas naturais, fértil e romântica.

Em  Hamburger-Berg, a casa de comércio de Johann Peter Schmitt (João Pedro Schmitt) teria dado início ao povoado, servindo também de salão de bailes e festas e ponto de encontro dos colonos de Feliz, Picada Café, Dois Irmãos e Mundo Novo, um ponto privilegiado para o intercâmbio de mercadorias entre a serra e a colônia, com a Capital do Estado, o que na época justificava a passagem de uma estrada de trem.
E foi assim que tudo começou...  
A construção da estrada de ferro a fim de unir Porto Alegre a Novo Hamburgo teve seu início em 1869, e seu traçado não seguiu as rotas de transportes, mas sim o arco descrito pelo rio dos Sinos. Os trabalhos de construção iniciaram em 26 de novembro de 1871.  A primeira parte da estrada, a qual correspondia aos 33 quilômetros entre Porto Alegre e São Leopoldo, foi concluída em 1874. Depois, em 1876, houve a conclusão de mais dez quilômetros até Novo Hamburgo. Entretanto, este último trecho não incluía a estação de Hamburger-Berg, o que, com certeza, determinou a estagnação dessa região.

Em 1880, ficara autorizada a ligação dos dois pontos (Novo Hamburgo e Hamburger-Berg) por uma estrada de rodagem, fazendo com que a construção da estrada de ferro viesse a ser retomada só em 1899 e finalizada em 1903. A casa de comércio de Johann Peter Schmitt determinou o final da linha de trem em Hamburger-Berg.

Se antes este caminho deveria ser até Hamburger-Berg, resulta que o trecho da estrada de trem finaliza seu caminho em New Hamburg, nome da cidade , provavelmente dado pelos ingleses da companhia concessionária da construção da estrada de ferro. 
A partir daí, poderíamos estabelecer a seguinte relação: Hamburger-Berg, passa a chamar-se Hamburgo Velho e representa o repositório da cultura do passado. New Hamburg, ou Novo Hamburgo, toma o lugar de centro do povoado, simbolizando o trabalho e o progresso juntos. A cultura e o ensino, por extensão, ficaram localizados num tempo pretérito — e por isso em Hamburgo Velho. O progresso, trazido pelo trabalho industrial (e pelo trem), seria a modernidade — e por isso situado em Novo Hamburgo.
E hoje, com o trensurb onde ficará a finalização dos trilhos? Qual será a meta da chegada?  A Educação ou o Comércio?

No passado, esse hiato entre a cultura e o comércio, foi traduzido na dificuldade de conclusão da estrada de ferro até a estação de Hamburger-Berg e que  acaba ficando em New Hamburg... 
O trabalho acabou por ocupar o lugar de destaque em Novo Hamburgo, com a paralisação da linha do trem, interrompendo a ruptura no desenvolvimento normal e natural de Hamburger-Berg. Queremos dizer que mesmo mantendo-se o nome Hamburgo, provavelmente as diferenças estampam-se na própria qualificação do nome: no contraponto entre Hamburgo Velho e Novo Hamburgo, onde o novo assumiu o lugar do velho. Por outro lado, reflete-se o ingresso nos tempos da modernidade — que fazem do homem importante pelo que ele tem (adquirido por seu trabalho) e não pelo que ele é (adquirido por sua educação e cultura). 
E hoje?... qual será o nome da nossa cidade e para onde nos levará a estrada do trem?... acredito que depende dos nossos valores e das nossas lutas!

Anna Maria Ruschel, Mestra em História,
Especialista em Grupos, Psicologia Clínica e Hospitalar.
Ex professora da Unisinos .
Psicoterapeuta Individual, de Casal e Família.



O Verão

Cada estação tem sua beleza, seu atrativo, um perfume diferente no ar. Naturalmente as quatro estações do ano são lindas, mas o verão desperta certa ambivalência nas pessoas.

Ao perguntar para as pessoas o que elas pensam sobre o verão as opiniões divergem e às vezes radicalmente. Pare por um momento e pense o que você pensa sobre o verão...

As pessoas que gostam pensam que é a mais bela estação do ano, pois adoram o sol, a praia, poder usar roupas leves. Também gostam porque é época de férias, de viajem, de sair da rotina.

Por outro lado, as pessoas que não gostam odeiam o calor, acham que as roupas não ficam bem, que o corpo não está tão bonito. Elas se sentem cansadas com o calor, não dormem bem, não gostam do ar condicionado.

Enfim, sabemos que não podemos agradar a todos. Mas uma coisa importante a ser pensada sobre o verão é que ele abrange fases diferentes do ano. O final do ano é uma época estressante para todas as pessoas.

A energia já não é tão grande, o número de atividades aumenta, pois temos que encerrar várias coisas, precisamos organizar as festas de final de ano, reencontrar os amigos, trocar presentes, pensar nas férias, enfim tudo o que não pode ser feito durante todo os 11 meses precisa ser feito em dezembro.

Um mês que parece ser relativamente curto para tudo o que precisamos. Mas para que tanta pressa? Algo vai mudar do dia 31 de dezembro, para o dia 1 de janeiro? A menos que tenhamos bebido ou comido demais, seremos os mesmos. Talvez seja exatamente esse o nosso desespero, a nossa angústia. Gostaríamos que num passar de mágica após a contagem regressiva do final do ano 3, 2, 1 !!!!!!!! Tudo mudasse em um passe de mágica. Todos têm um ritual, por mais ínfimo que seja, para este momento de transição. Aumentam os nossos desejos de sermos mais felizes, termos mais saúde, mais dinheiro, etc... Fazemos uma lista incrível de mudanças para o ano novo. Que nunca fazemos. Mas temos uma boa desculpa para não realizá-la.

Assim como dizemos que todo regime começa na segunda. Os planos de ano novo tem que começar depois das férias, se não temos férias, depois do carnaval, ou em março quando o ano realmente se inicia, ou qualquer outra desculpa que encontramos.

Assim chego à conclusão que fico com muita pena do verão, por carregar tantas coisas, sem contar o estresse de final de ano, das viagens, das brigas familiares. Pois falando em família esperamos tanto pelas festar e pelas férias para poder estar com a família que parece que o convívio contínuo mais nos afasta do que aproxima...

Diante de todos estes pensamentos não gostaria de deixar uma visão negativa do verão, mas do que fazemos de nossas vidas durante o verão. Precisamos “curtir mais o verão”. Realmente descansar para reativar as baterias para o novo ano. Talvez a palavra chave para essa época fosse menos. Menos roupa, menos trabalho, menos correria, menos compras desesperadas, menos presentes, menos festas, menos tristeza pelo que não foi feito, menos estresse.

Precisamos aproveitar mais o convívio com os amigos, com os familiares, curtir nossos lares e nossos lugares especiais, aproveitar as coisas simples da vida. Parar de pensar que precisamos aproveitar tudo da vida no curto tempo do verão, pois no final ficamos tão cansados e frustrados que ficamos infelizes. Aproveitem o verão, aproveitem as festas, aproveitem as férias, mas com calma. Deixem de lado os planos futuros de ano novo que nunca se realizam como queremos e vivam o tempo presente. 


Profa. Dra. Geraldine Alves dos Santos  - Psicóloga
*Universidade Feevale
*Espaço de Gerontologia do Núcleo de Atendimento Psicológico - NAP




O que é Fundamental?
Fundamental é a beleza: já dizia o poeta Vinícius de Moraes em sua célebre frase “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”.
A estética se modificou muito ao longo dos séculos, já foi moda ser gorda, magra, alta, baixa enfim... a beleza externa não é fundamental.
Fundamental é a beleza interna. Seria a resposta? Poderia até ser pelo senso comum. Mas o que é beleza interna? Ser bom, justo, querido, amável, quieto ou aquele que só ajuda os outros e não incomoda ninguém?
Beleza interna ou externa é secundária, pois representa o que os outros pensam de nós.
Fundamental é ser feliz...esta colocação tem um tom filosófico, afinal, felicidade é uma utopia.
Felicidade são momentos efêmeros, que passam esporadicamente em nossas vidas. Se dependêssemos destes momentos para viver seria bastante complicado nossa existência.
Voltamos ao nosso questionamento inicial: o que é fundamental?
Riqueza econômica seria um item que todos considerariam fundamental,  diria essencial. Todos nós precisamos de uma renda, mas a quantidade não define que as pessoas possam viver melhor ou pior, o importante é que a renda que temos seja suficiente para nossas demandas.
Penso, logo existo. Talvez o conhecimento? Pensar, estudar, conhecer. A curiosidade de um novo mundo.
O acúmulo de conhecimento e de cultura podem até transformar as pessoas, mas necessariamente não as tornarão melhores ou piores. Caso isso fosse verdade pessoas com Doutorado ou que fizeram a volta ao mundo seriam pessoas especiais.

Fundamental é estarmos atentos ao nosso estilo de vida.

Cada pessoa de acordo com a sua personalidade e com o seu ambiente cultural deve descobrir a melhor maneira possível de viver e de encontrar satisfação.
Não estamos sozinhos no mundo, por isso não podemos fazer tudo o que desejamos, o que não quer dizer que devemos anular nossa personalidade e viver como o grupo deseja.
Muitas gerações foram educadas a aprender e absorver informações sem pensar sobre elas, sem discutir com argumentos.

Não adianta preservar a vida até idades avançadas se não pensarmos em como viver com sabedoria.

Fundamental para nós é aprender, refletir, criticar, mudar, movimentar. As mudanças devem servir como um alicerce que reforça as estruturas da nossa personalidade e nos permita sempre avançar com qualidade de vida e bem-estar.
Fundamental é criar uma boa estrutura mental e física. É pensarmos em nossa vida da infância até a velhice como um processo linear de desenvolvimento até o envelhecimento.


Profa. Dra. Geraldine Alves dos Santos  - Psicóloga
*Universidade Feevale
*Espaço de Gerontologia do Núcleo de Atendimento Psicológico - NAP